Saturday, July 11, 2015

AS MÃOS ABENÇOADAS DA DOUTORA SAMARA, A GINECOLOGISTA DOS SONHOS


O primeiro ginecologista a gente nunca esquece.

O meu era um senhor muito simpático, mas com mãos meio trêmulas, chamado Evaldo. Era amigo de toda a minha família. Tinha Consultório em Uberaba, cidade próxima a Muzambinho, onde fica a nossa fazenda. 

Em Muzambinho, acreditem ou não, não havia um único Ginecologista. 

Aliás, não havia nenhum Hospital também. 

Eu e todos os meus irmãos, irmãs e primos nascemos em casa, através de parteiras, já que não haviam obstetras.   

Eram outros tempos. 

E eu, que já sabia com clareza qual era a minha preferência sexual, sonhava com o dia em que poderia ter autonomia para escolher meu próprio médico -- e ter "uma" ginecologista, e não "um" ginecologista. 

Até então, minhas brincadeiras sexuais eram apenas com meninas da minha idade. 

Ficava toda encharcada só de me imaginar sendo observada por uma mulher adulta, completamente rendida diante dela com minhas pernas escancaradas e a meu bucetão completamente exposto naquelas magníficas cadeiras ginecológicas. 

Imaginava que não poderia haver forma mais plena de afirmação como mulher do que sendo iniciada nos Mistérios da Velcrolândia através de uma profissional que conhecesse de cor e salteado todas as inúmeras potencialidades do corpo feminino.
Só aos 19 anos, já morando no Rio de Janeiro, pude finalmente me consultar com uma Ginecologista de verdade. 

Achei que meu sonho iria virar realidade, mas... não. 

O que aconteceu foi absolutamente anticlimático, de uma frieza e impessoalidade assustadoras. 

Custei a assumir minha decepção, tanto que me consultei com oito Ginecologistas num período de um ano, e uma era mais distante e desinteressada que a outra. 

Não conseguia entender como elas conseguiam não se sensibilizar com uma bucetinha jovem, arisca, sempre úmida e inebriantemente perfumada como a minha. 

Foi quando desisti e voltei a me consultar com Ginecologistas homens. Dois deles me comeram, imobilizada naquela cadeira -- e foi legal, ainda que meio "off-topic" na minha longa lista de experiências sexuais. 

Teve um Ginecologista lá em Brasília que, sabendo das minhas preferências sexuais -- sou linguaruda, falava abertamente das minhas fantasias --, se propôs a agir como se fosse uma mulher, primeiro me atedendo travestido no Consultório, para a seguir me render com os dedos e com a língua em sua cadeira ginecológica.

O resto, claro, teve que ficar por conta da minha imaginação -- mas como a minha sempre foi muito fértil, servia como paliativo e valia o preço da consulta.
Pois bem: muitos anos se passaram. 

Hoje, aos 69 anos, morando em Santos, São Paulo, comento com meu chefe e amigo Manuel Mann -- um português que é absolutamente tarado -- que acabo de comprar uma dessas cadeiras ginecológicas num leilão para poder brincar de médico de forma mais contundente com minhas coleguinhas de velcro. Cheguei a ter uma dessas em casa quando morei em Berlin, e a mulherada que eu arrastava para lá adorava. "Infelizmente, nenhuma delas era Ginecologista, pois meu sonho de consumo é ser devorada por uma delas"

Manuel dá gargalhadas e diz que eu sempre o surpreendo. Me conta, reservadamente,que gosta tanto de brincar de médico que possui um Consultório Médico fake e um Consultório Dentário fake num dos quartos de seu apartamento, além de um armário repleto de trajes brancos de médico e de enfermeira, e pijamas com logos de Hospitais. "Lá em casa só não tem comida de Hospital, o resto tem", diz ele.

Então, ele olha sério para mim e diz: "Que estranho nenhuma das tuas amigas jamais ter indicado uma ginecologista lésbica para ti. Eu, que sou lésbico assumido, conheço algumas". Fico paralizada quando ele diz isso. "Conheces? me apresente então"

"Claro! O nome dela é Doutora Samara Fishbein. Minha amiga pessoal. Presta serviços para a Empresa. Mando sempre minhas meninas para ela cuidar. É uma morena linda de 50 anos de idade, bocuda, belos seios, lembra um pouco a Sophia Loren, as meninas gostam dela, dizem que tem atitude... enfim, ela joga no nosso time, acho que vais gostar..." 
Tremo na base. 

Invento que preciso fazer meu check-up ginecológico anual -- tudo mentira, fiz há menos de 3 meses -- e Manuel diz: "Fique tranquila, minha Secretária vai marcar uma hora com ela para esta semana ainda, pois ela sempre tem a agenda aberta para nós, faz parte do nosso acordo". 

Pouco depois, a secretária de Manuel me avisa que tenho consulta marcada com a Doutora Samara para o dia seguinte, às 6 da tarde. 

Mal consegui dormir à noite. 

Uma vida inteira de muita putaria passou pela minha cabeça naquela madrugada. 

Sabe aquele clip que fizeram para a gravação de "Hurt", do Nine Inch Nails, feita por Johnny Cash? 

É por aí... só que numa versão XXX.


Cheguei no Consultório da Doutora Samara Fishbein quase uma hora antes do horário marcado. 

Dei uma sacada na clientela. 

Tinha uma loira corpulenta com jeitão de garota de programa, uma morena magrinha e insinuante e uma senhora com um jeito mais acanhado. 

A morena e a senhora ficaram apenas quinze minutos. Já a loira grandalhona ficou mais de 40 minutos. Pensei comigo mesma: "Acho que vim ao lugar certo". 

A secretária, uma ruiva bem gostosa e bem vulgar, me ofereceu um monte de edições antigas de CARAS e de QUEM para ler. Agradeci, e puxei da bolsa "Antes de Você Dormir", romance da Linn Ullmann (filha de Liv Ullmann e Ingmar Bergman), que comecei a ler uma noite dessas. 

Claro que não consegui mergulhar na leitura direito, estava ansiosa demais para isso.

Então, meu nome foi chamado, e meu coração disparou. 

Entrei, e lá estava ela.

Doutora Samara Fishbein. 

Ela era tudo o que o Manuel havia descrito, e mais um pouco. Mulherão. Lembrava realmente Sophia Loren. 

Disse "Boa Noite" e me pediu sorrindo que eu sentasse numa poltrona e aguardasse um instante. Anotou algo numa pequena agenda e depois sentou-se à minha frente. 

Perguntou minha idade. 

"69 anos", disse. 

Ela respondeu: "Nossa... não parece". 

Agradeci a gentileza, sorrindo. 

Pediu que eu falasse um pouco sobre mim, e eu, tensa, saí falando tudo aquilo que vocês, que acompanham minhas desventuras por aqui, estão carecas de saber. Ela apenas sorria, sem demonstrar grande entusiasmo, mas sem indiferença. Ponto para mim, pensei.

Mas quando terminei de falar, ela parou de sorrir e começou um verdadeiro interrogatório. 

Perguntou se eu estava muito estressada no trabalho...

Se, além de sexo, eu fazia alguma outra atividade física com frequência...

Se o tempo médio dos meus relacionamentos amorosos ultrapassava um mês...

As perguntas foram ficando mais íntimas, e ela insistiu para que eu não omitisse nenhum detalhe.

Perguntou se já tinha transado com mais de um homem ao mesmo tempo, ou com mais de uma mulher ao mesmo tempo, ou participado de surubas, ou transado com animais. 

Respondi sim para todas as perguntas. 

Contei a ela que, muito tempo atrás, tive uma cadela em casa que costumava lamber minha buceta por cima da calcinha no finalzinho do meu período menstrual. 

O nome dela era Florence, em homenagem a Florence Nightingale. 

Vez ou outra, Florence invadia meu quarto enquanto eu me enroscava com alguma mulher, e começava a participar da nossa brincadeira com sua língua enorme. 

Era tão gostoso que comecei a deixar ela me lamber sem calcinha sempre que eu ficava sozinha e meio carente. 

Claro que se fosse um cachorro, eu não permitiria isso. 

Ao menos, acho que não.
Doutora Samara riu com meu comentário, e logo a seguir voltou ao interrogatório.

Perguntou se eu já havia experimentado sexo anal, dupla penetração, sadomasoquismo, fisting e brinquedinhos eróticos. 

Disse que sim, todas elas, apesar de não ser adepta nem simpatizante de sadomasoquismo e de nunca ter tido experiências muito agradáveis com fisting. 

E então, depois de quase meia hora de um questionário que parecia não ter fim, ela finalmente pediu que eu me despisse. 

Achei que ela, quando me visse nua, iria me agarrar como uma ninfomaníaca desenfreada. 

Mas não, nem olhou para mim. 

Apenas pediu que, quando estivesse despida, vestisse um avental e passasse para uma outra sala. 
Lá, ao lado da icônica cadeira ginecológica, com os suportes de pernas bastante altos, havia um aparelho de tevê, vídeo, uma micro-câmera e outros utensílios que não entendi direito para que serviriam. 

Doutora Samara pediu que eu me reclinasse, me deu um copo com uma substância adocicada -- que ela se disse ser um tipo de tranquilizante, sem contra-indicações -- e pediu que eu relaxasse. 

Disse que iria passar um vídeo com cenas eróticas, e que ela estaria monitorando as reações do meu corpo a cada sequência de imagens. 

Colocou uma música minimalista e muito envolvente -- acho que era Philip Glass, mas não perguntei, portanto não tenho certeza --, depois suavizou a intensidade da luz da sala, ligou o vídeo sem o som e me deixou sozinha. 
A primeira cena era de um casal de bichas marombadas com pirocas duras e enormes se beijando apaixonadamente no alto de um carro alegórico. 

Os dois começam um 69 frenético, um engolindo a piroca do outro com um vigor desenfreado. 

Gozam, desabam e, logo a seguir, começam a ser enrabados por duas vixens -- aquelas mulheres corpulentas, muito peitudas -- usando strap-ons -- vulgo, cinturões com pirocas de látex -- extremamente bem dotados. 

As duas arregaçam com os cus das duas bichas. 

Após deixá-los rendidos e desnorteados, elas relaxam. E repousam.
Nesse momento, o filme para, e Doutora Samara entra na sala, coloca luvas cirúrgicas em suas mãos e começa a tocar em minha buceta, que está totalmente encharcada. 

Sinto seus dedos me tocarem e escorregarem para dentro com muita facilidade. Eu gemo e, não aguentando mais, peço encarecidamente que ela enfie seus dedos na minha buceta. 

Ela me atende, eu gozo, e em seguida ponho minhas mãos sobre as dela e faço com que deixe seus dedos dentro de mim por alguns segundos. 

Como dizem em Houston: "We Have Ignition"


Recupero meu fôlego e ela então vem até mim, sorrindo e perguntando se poderia continuar com o "exame". 

Sorrio dizendo que sim. 

Nesse ponto, as duas vixens do filme já estão num 69 frenético, uma esfregando a buceta na cara da outra com relativa truculência. 

De repente, as duas desgrudam e uma começa a fazer fisting na buceta da outra. 

A outra retribui com um fisting com duas mãos, uma na buceta e outra no cu da parceira. 

Eu, ao ver aquelas cenas, não consigo evitar fazer movimentos quase que involuntários com meus quadris.

Dou a maior bandeira, como um cachorrinho que não consegue evitar abanar o rabo. 
Então, Doutora Samara mais uma vez interrompe o filme e entra na sala, me flagrando totalmente tomada pelo desejo. 

Ela agacha diante da minha buceta, começa a tocá-la suavemente e antes, mesmo que eu saia do transe em que me encontro, sinto seus dedos escorregando para dentro de minha buceta. 

Graças à camera nas mãos dela, pude ver pelo monitor algo inimaginável: minha buceta sendo penetrada pelos dedos de minha médica, sem dor de espécie alguma. Só mais um dedinho e ela teria toda a sua mão dentro de mim. 

De repente, num movimento cadenciado e contínuo, como uma espécie de massagem, a mão dela entrou por inteiro. Senti seus dedos se movimentando lá dentro, enquanto tinha espasmos de orgasmos contínuos. Tirava toda a mão e a introduzia novamente, arrancando de mim mais e mais gemidos. 

Como consegui viver 69 anos sem experimentar algo assim é um mistério para mim.
Doutora Samara parou com a brincadeira por alguns instantes, e trouxe um pequeno aparelho para introduzir uma pouco de água morna no meu cu. 

Senti o líqüido entrando, até me dar a sensação de que eu deveria ir correndo para o sanitário. Ela disse para eu segurar uns dois minutos para depois evacuar toda a água. Era uma engenhoca de limpeza intestinal, muito utilizada por quem gosta de dar o cu sem fazer lambança e sem odores desagradáveis.

Retornei do banheiro completamente nua. 

Ela sorriu, viu que eu era intrépida, e pediu que eu sentasse como estava antes. 

Retirou os suportes das pernas da cadeira ginecológica e pediu que eu segurasse minhas pernas na altura dos joelhos, expondo meu cu por completo. 
Com um pote de lubrificante, começou uma massagem nas nádegas e nos arredores do cu. 

Vestiu luvas de látex, lubrificou as mãos e, delicadamente, começou os trabalhos. 

Com o dedo indicador, Doutora Samara massageava meu esfíncter, passeando delicadamente por cada prega ainda restante em meu calejado derrière. Introduziu bem devagar o dedo, deixando que meu cu se acostumasse por um minuto, e depois foi forçando até todas as falanges entrarem. Quanto mais ela massageava, mais eu me contorcia na cadeira, suspirando de tesão e dor, tudo ao mesmo tempo. Essa brincadeira deve ter durado mais de quinze minutos, primeiro com dois dedos, e depois com três. O quarto dedo e o quinto entraram quase que simultaneamente. 

Doutora Samara interrompeu o processo para lubrificar suas luvas mais uma vez, e voltou apontando seus cinco dedos para meu cu, que agora entraram com facilidade. 

Pediu que eu respirasse fundo, e, como num passe de mágica, lá estava toda a sua mão dentro do meu cu. 

O prazer que eu sentia era totalmente diferente de qualquer coisa que tenha experimentado antes: mais prolongado e menos explosivo que eu jamais poderia imaginar. 
Doutora Samara então pediu que eu permanecesse relaxada e seguisse respirando fundo. 

Sem tirar sua mão de dentro do meu cu, penetrou com a outra mão na minha buceta, suavemente, até entrar por inteiro. 

Nesse momento tive o mais intenso orgasmo de toda a minha vida. 

Depois de alguns minutos, ela retirou bem devagar, com um cuidado todo especial, primeiro a mão que estava no meu cu, e depois a que preenchia minha buceta. 

Mandou que eu ficasse na mesma posição em que estava para poder ver tudo em detalhes pelo monitor, e, com uma mão em cada face da minha bunda, começou a enfiar sua língua quente e úmida por todos os meus orifícios, até que eu gozasse mais uma vez. 

Por último, veio até a minha boca e me beijou. 
A consulta não parou por aí.

Depois de tudo isso, Doutora Samara finalmente ficou nua diante de mim, e me convidou para tomarmos um banho juntas alí mesmo no Consultório, em meio a muitos beijos e abraços, muito dedo e muita sacanagem. 

Enquanto nos enxugávamos, sua secretária ruiva -- o nome dela era Sheila -- entrou e nos surpreendeu nuas. 

Sorriu e perguntou: "Doutora Samara, posso dar o expediente por encerrado?" 

"Só se você não quiser jantar conosco" 

"Opa... vai rolar hora extra!", disse a ruiva, sorrindo maliciosamente.
Fomos as três jantar uma pizza na Pizzaria Van Gogh. 

É, possivelmente, a melhor pizzaria da cidade. 

Mas é, com certeza, a mais cafona também. 

Espelhos e vidros jateados por todos os lados, luz de padaria por todos os lados, interiores confusos e mal projetados... é um pesadelo visual. 

Mas o atendimento é excelente. 

Pedimos uma pizza com mozzarela de búfala ao natural coberta com pesto de castanhas e azeitonas pretas e manjericão. 

Como continuávamos com fome, pedimos uma segunda pizza, de calabreza artesanal com cebolas roxas e azeitonas chilenas. 

Para acompanhar, duas garrafas de Periquita. 

Quer vinho mais adequado a uma ceia lésbica?

A Van Gogh fica na Floriano Peixoto 314, no bairro do José Menino, em Santos, e -- para quem não aguenta tanta luz, tantos espelhos e tanto vidro jateado -- tem um eficaz serviço de delivery pelo telefone 3205-3636.
Depois disso, fomos as três lá para casa. 

Dessa vez, nada de fisting, apenas uma surubinha soft entre nós. 

Samara ofereceu Sheila para mim e ficou meio de lado, só de observadora, nua, com uma taça de vinho nas mãos. 

Em pouco mais de meia hora, pus a ruiva a nocaute. Não foi tarefa das mais difíceis, pois ela tinha trabalhado o dia inteiro.

Enquanto a ruiva dormia profundamente num dos sofás da sala, Samara e eu ficamos na varanda deitadas na espriguiçadeira, nuas e abraçadas, cobertas por um edredom, até o amanhecer. 

De repente, era como se eu fosse uma menina de 19 anos novamente. Estava estranhamente feliz. Um ciclo obsessivo se fechava na minha vida. Não é uma sensação exatamente confortável. É como se a vida estivesse chegando perto do fim.  
Acordamos as três mais ou menos juntas no dia seguinte pela manhã. Era sábado. Servi café para as duas, e esquentei na frigideira as sobras da pizza de ontem, para logo em seguida recomeçamos nossa surubinha de novo -- agora as três juntas. 

Por volta do meio dia, quando finalmente conseguimos pôr os pés para fora de casa para almoçar, recebo do porteiro do prédio um ramalhete de flores. 

No cartão, a mensagem: "Espero que Samara tenha preenchido todas as tuas espectativas. Bom fim de semana, Manuel"

Pois é, Maneco, te devo mais essa.




Jurema Cartwright, 69, escreve 
semana sim, semana não, 
sobre suas aventuras amorosas 
e as delícias da baixa gastronomia 
em MANIA FEIRA





No comments:

Post a Comment